O dia seguinte

– a pandemia do Coronavírus impacta profundamente na economia. Como será o ressurgimento econômico, passado o surto viral-

O planeta vive uma tragédia de proporções colossais. Toda pandemia gera muitas perdas: vidas se vão, a economia retrai, o
medo disseminado, a perda de perspectiva no futuro, o desemprego aumenta vertiginosamente, tudo isto se torna um caldo de
incertezas…

Diante do caos, do medo, dois posicionamentos se contrapõem: de um lado pessoas, que sempre foram egoístas, manifestam um egoísmo ainda mais exacerbado.

Pensam na sua segurança e conforto. Pensam em minimizar o seu próprio prejuízo e os dramas dos outros, simplesmente, não é relevante.

Estas pessoas esgotam itens de primeira necessidade, por exemplo, pois só se importam com a sua particular necessidade.
Mas por outro lado aparece, nesta mesma sociedade, pessoas que se doam, sem se colocar na equação: se doam para o bem estar geral da sociedade.

Mas depois do caos, há o renascimento. Bem ou mal, em um cenário de crise as pessoas meditam, relativizam seus problemas.

Passada a fase mais aguda do problema: as pessoas renascem. Novas ideias, novas formas de se fazer as coisas. O caos se transforma em aprendizado.

No passado, após a crise do século XIV – Grande Fome, Peste Bubônica e Guerra dos Cem anos – houve o Renascimento Cultural e Urbano.

As artes ressurgiram com uma força extraordinária, cidades ressurgiram. A economia floresceu de forma intensa e inesperada. O
Renascentismo teria acontecido, como aconteceu, se não tivesse acontecido a crise do século XIV? Na intensidade e dimensão que, de fato, aconteceu?

Esta é uma questão para a qual não teremos resposta agora: como será a economia e a conformação de nossa sociedade quando superado este momento angustiante? Esta análise só será possível de se fazer no futuro. Quando olharmos pros eventos atuais, na perspectiva de eles representarem o passado.

Por ora, o que nos resta é semear boas perspectivas. Plantar boas sementes.

Um exemplo bastante prático do que são boas sementes são as posturas solidárias que se propagaram, nestes dias difíceis.

Em condomínios, síndicos estão pedindo para os idosos não saírem de casa e as eventuais compras em mercados seriam feitas por eles, síndicos, enquanto os idosos não se expõem ao risco de contrair a doença.

Outra manifestação solidária foi a de músicos, que se reuniram digitalmente e fizeram “lives” transmitidas por rede social, de pequenos shows.

Os vizinhos Piero Vieira e Leo Mancini, que moram no mesmo prédio, respectivamente nos apartamentos 84 e 94, montaram um verdadeiro set de show nas respectivas sacadas e tocaram por uma hora. O confinamento foi mantido.

Mas os músicos puderam levar um pouco de alegria e descontração para os seus fãs. Os fãs antigos, em suas casas, em live transmitida via rede social e os fãs que os conheceram naquela live.

Os seguidores dos dois músicos assistiram a live. Mas vizinhos do prédio deles e dos prédios ao redor também assistiram e, pasmem, pediram músicas, aplaudiram e agradeceram por levar um pouco de alegria em um momento tão delicado! Foi um imenso sucesso. Foi generoso. Compartilharam toda a emoção e entretenimento que boas músicas promovem.