– a música pode ser veículo de ativismo em qualquer temática: política, meio ambiente, feminismo –
A música é uma manifestação cultural e pode ser veículo de ativismo. Já o ativismo é uma forma de expressar uma convicção por meio de ações práticas: fazer algo concretamente, ao invés de ficar, meramente, restrito ao discurso.
O ativismo, em si, pode se referir a qualquer aspecto da vida. Por mais denso ou banal que ele, aparentemente, seja.
A banda irlandesa U2 ficou famosa, quando surgiu, por seu ativismo religioso-político, abordando a espinhosa questão religiosa da Irlanda, entre católicos e protestantes. Anos mais tarde, o vocalista Bono Vox passou a capitalizar a ideia e transformou os seus shows em um imenso palanque, no qual toda sorte de ideias eram despejadas. Passou a haver uma certa concorrência entre música e discursos…

Imagem de Todd Poirier por Pixabay
Mano Brown, ao escrever a música Diário de um Detento, como líder dos Racionais MC’s, trouxe a tona a realidade da população carcerária e todos os seus dramas e dificuldades. A música se tornou um dos melhores retratos sociológicos daquela realidade.

Imagem: Facebook dos Racionais
O mesmo Mano Brown fez um duro discurso político, no comício partidário, o qual antecedeu o segundo turno das eleições, entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad. No discurso do Mano Brown duras críticas ao PT foram desferidas, com os políticos do PT atrás dele, dando um duro golpe no ambiente hipócrita, de não se dizer o que, de fato, pensa.
Marcelo D2, vocalista da banda Planet Hemp, sempre defendeu a legalização da maconha, em suas letras de música. Chegou a ser preso por apologia ao uso de drogas, em 1997, logo após um show feito na cidade de Brasília.

Imagem: Facebook do Marcelo D2
Roger Waters, lendário vocalista do Pink Floyd, sempre foi um grande ativista político. Mesmo agora, em carreira solo, permanece realizando discursos políticos e sociológicos. Invariavelmente, sofre críticas de seu público, como aconteceu no show aqui no Brasil, em São Paulo, no Allianz Park, quando a certa altura, o artista foi vaiado por críticas políticas que havia feito ao então candidato Jair Bolsonaro. No show seguinte, no mesmo estádio, Waters procurou amenizar o tom, buscando um viés pacifista, mas não deixou de transmitir o seu recado político, como sempre fez ao longo da sua carreira.

Imagem: Facebook do Roger Waters
Uma outra banda que merece destaque na temática de ativismo é a banda russa Pussy Riot, de punk rock feminista. As cantoras foram presas em razão das críticas que teceram ao Presidente Vladimir Putin.
A música é uma manifestação cultural importante. Evidente que pode se prestar ao entretenimento. Mas é importante que seja também veículo de ativismo e de transformação cultural.

Imagem: Facebook do Pussy Riot
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