– músicas produzidas por artistas desconhecidos –
O público, quando ouve uma música, não tem ideia do caminho percorrido pelo artista para que ela esteja daquele jeito e ao alcance dele, o público.
A música foi composta, a letra escrita – às vezes por pessoas diferentes do intérprete – a música foi editada, gravada, registrada.
O processo de gravação é complexo e leva dias, às vezes meses: grava-se cada instrumento em separado. Depois, grava-se a voz, os backing vocals. Feita toda a captação, a música é mixada e masterizada.

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Com a música pronta, o artista precisa pensar nos meios de difundir a música. Levar ao alcance de um grande número de pessoas. Fazer um clipe, ter uma imagem vinculada à música, ainda é fundamental para alcançar o propósito de difusão do trabalho.
A partir daí, é preciso pensar na divulgação do trabalho, propriamente: ações para levar a música ao conhecimento do público.

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São dois cenários bastante distintos: o músico que tem um empresário e uma gravadora e o músico independente. O primeiro é incumbido, tão somente da parte artística. O segundo precisa aprender a fazer de tudo um pouco. Ser independente é antes de tudo, fazer muito, com muito pouco. Pouco dinheiro, pouca estrutura.
Atualmente, colocar as músicas em plataformas digitais é o meio de colocar à disposição. Todo o trabalho passa a ser levar ao conhecimento do maior número de pessoas, a existência da música. Isto é a divulgação, propriamente.
A existência de mídias sociais, plataformas de streaming, a própria difusão de softwares de gravação, permitiu ampliar a possibilidade de um artista divulgar a sua arte. Antigamente, ele precisava cair nas graças de uma grande gravadora para isto acontecer. Bem ou mal, a internet e toda a tecnologia associada mudou o cenário da música autoral independente.

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A lei Rouanet, lei 8313/91, é uma lei de incentivo à cultura. Por meio de renúncias fiscais, o Estado autoriza que empresas deixem de pagar parte dos impostos devidos e canalizem este montante à artistas.
O artista precisa apresentar um projeto, que se adeque aos requisitos legais; com o projeto aprovado, inicia-se o trabalho de captação de recursos, junto às empresas. E é aí que reside a maior dificuldade.
A maior parte das empresas, escolhe apoiar músicos, artistas, que já possuam exposição midiática: um ator contratado de uma grande emissora; um cantor já famoso. Pois, para a empresa, a visibilidade da sua marca ficaria maior, do que associar a sua marca a um artista ainda desconhecido.
E a lei que deveria ser de fomento à cultura acaba por incentivar quem não precisaria de tal fomento, pois já é famoso, tem seu talento já reconhecido.

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Na prática, fecha-se mais uma porta ao artista independente. Se a porta não está fechada, ao menos é muito difícil nela adentrar.
Toda esta dificuldade fez criar um cenário criativo. Meios alternativos para fazer vingar a arte independente. É um trabalho árduo, de formiguinha, nem sempre eficaz, mas possível.
Por exemplo, pode-se citar festivais de música autoral, criados em diversas cidades, de diversos estados, com o propósito de difundir a música autoral.

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