Melhores Momentos do Oscar 2017 - Toca da Villa

Melhores Momentos do Oscar 2017

A 89a cerimônia do Oscar teve o que sempre se espera dela: muito glamour, muita pompa e circunstância. Mas também tiveram algumas gafes impressionantes, como a inclusão de uma pessoa viva na lista de homenageados post mortem e a gafe mais retumbante: o erro no anúncio do melhor filme. O apresentador selecionado deveria ler o cartão que lhe foi entregue, para a premiação de melhor filme. Mas a empresa de auditoria lhe entregou o envelope com cartão errado, relativo à premiação anterior; ninguém notou a gafe antes do aguardado anúncio. Foi o próprio diretor, premiado erroneamente, quem desfez o equívoco e leu o vencedor da categoria. Constrangimentos à parte, a cerimônia seguiu o seu curso, grandiosa e magistral, como sempre.

A cerimônia do Oscar possui a missão de homenagear o cinema. Sofre críticas, evidentemente, por deixar de lado filmes alternativos de alto valor cultural e, por simplesmente ignorar filmes excelentes, mas sem grande investimento em divulgação. Entretanto, em que pese tais críticas, a cerimônia do Oscar é aguardada por milhões de pessoas em todo o mundo, e é um importante norte de qualidade do cinema mundial.

Paralela à celebração do cinema, há também a celebração da música. A música aqui é “uma convidada de honra”. Não é, certamente, a “atriz principal”, mas é uma importante “coadjuvante”.

A música no cinema atua como forma de conferir ênfase à emoção que se pretende transmitir, seja: suspense, emoção, romantismo, sagacidade, apreensão, medo, angústia, amor, dor, saudade, etc. A música atua como componente do enredo, elevando-o.

A música se incorpora de tal forma à trama que fica impossível dissociar a obra cinematográfica de sua música. Esta é a razão pela qual a música possui um especial destaque na cerimônia de celebração da sétima arte.

Faremos, agora, um rápido sobrevôo da música nesta 89a Cerimônia do Oscar.

O primeiro cantor a se apresentar foi Justin Timberlake, interpretando Can’t stop the feeling, relativa ao filme Trolls. A música concorria ao Oscar de melhor canção original. A apresentação foi magistral, demonstrou que o aludido artista possui uma compreensão plena do conceito de entertainer, consoante a qual o artista deve ir além de cantar a música, deve entreter sua plateia. Justin simplesmente não aparentava qualquer traço de nervosismo ou apreensão. Fez seu show e encantou a plateia com a sua arte, dança e alegria.

Em seguida, houve a apresentação de Alessia Cara, com a música How far I’ll go, a qual concorria ao Oscar de melhor canção original pelo filme Moana.

Em seguida, ocorreram premiações musicais de natureza técnica: Oscar de melhor edição de som e Oscar de melhor mixagem de som. O primeiro foi dado ao filme “Arrival” e o segundo, ao filme: “Até o último homem”.

Antes de prosseguir na análise musical da premiação, é importante fazer uma importante consideração e registro: o engajamento político e ideológico da classe artística americana.

Em todas as premiações que ocorreram, incluindo Oscar, Globo de Ouro e Grammy, os artistas em seus discursos de agradecimento, foram contundentes em apresentar repúdio às políticas segregacionistas, que Donald Trump vem implementando.

O ponto alto deste repúdio, o qual é regra nas manifestações, foi a carta do diretor iraniano Asghar Farhadi. O diretor não compareceu à premiação devido às medidas de Donald Trump, consistentes em impedir o ingresso de pessoas de algumas nacionalidades nos EUA. O diretor iraniano não compareceu à premiação, mas fez uma carta a qual foi lida durante a premiação. Foi mais um episódio crítico, o qual tem o condão de mostrar a força e a expressão cultural da classe artística norte-americana. A classe artística, em qualquer país, não pode se omitir. Não pode, a pretexto de receber incentivos públicos, calar-se diante de desvios de condutas dos políticos instituídos de Poder, como acontece no Brasil. É dever da classe artística não ser fonte de alienação, mas sim de conscientização política e social. E a classe artística norte-americana faz isto com intensidade, qualidade e louvor.

Prosseguindo a análise musical da premiação do Oscar, houve a apresentação de Sting, cuja música The empty Chair foi indicada ao Oscar de melhor canção original, pelo filme Jim, the James Foley history. Foi uma apresentação acústica bastante emocionante e que gerou muita repercussão nas redes sociais.

Mais um filme Disney recebeu o Oscar. O filme Zootopia recebeu o Oscar de melhor animação. Este filme contém críticas veladas ao atual momento político e ideológico norte-americano. O filme trata da tolerância e de não favorecer a discriminação. O recado da Academia americana é inequívoco e merece aplausos.

O Oscar de melhor canção original foi dado a Justin Hurwitz, por sua música City of Stars, do filme La La Land. Justin Hurwitz concorria também com outra música, do mesmo filme: Audition. John Legend fez apresentação, ao piano, primeiro apresentando Audition e depois interpretou City of Stars. A nossa artista Juliana fez uma linda homenagem ao Oscar, gravando uma versão de Audition, que você pode conferir em nosso Instagram @tocadavilla ou no nosso canal no Youtube.

Audition – La La Land, cover Juliana

https://youtu.be/ysptO7ICYfM
Por derradeiro, a “música no Oscar” deve fazer menção à belíssima interpretação de Sara Bareilles que cantou a música “Both side now”, em homenagem aos membros da Academia falecidos. A homenagem foi extremamente tocante.

By | 2018-04-18T18:45:05-03:00 março 3rd, 2017|Curiosidades|0 Comentários

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