As Mulheres na história da música - Toca da Villa

As Mulheres na história da música

Em meio à época da revolução industrial e da primeira guerra mundial, surgiu a data comemorativa das mulheres. Em que pese tenha sido instituída esta celebração, é notório que as mulheres lidam, até hoje, com preconceito no mercado de trabalho, recebendo salários menores, no marketing esportivo, recebendo contratos e benesses sempre muito inferiores aos que são concedidos aos homens.

Assim, as mulheres lidam com a repressão e preconceito até hoje, nessa constante luta contra a discriminação e morais machistas, mas agora, conquistam espaços e seus direitos, não só no meio de trabalho como no meio musical.

Em homenagem a essa luta, a Toca da Villa listou algumas das precursoras do poder feminino na história da música. Evidentemente, esta citação é meramente exemplificativa. Uma vida inteira não seria suficiente para elencar todas as divas e grandes intérpretes musicais.

Carmem Miranda
Maria do Carmo Miranda da Cunha, nascida em Portugal mas de alma brasileira, começou sua carreira musical em 1929, graças ao apoio do compositor Josué de Barros e, devido ao sucesso, se alastrou pelo mundo. Quatro anos depois, já estava a espalhar sua música alegre e contagiante em turnê internacional e chamada de “a maior cantora brasileira”.

Carmen Miranda atuou em inúmeros filmes de Hollywood e recebeu um dos maiores salários de lá. Carmem Miranda personificou o estereótipo de brasilidade. Ainda que se possa condenar este tipo de associação, trata-se de uma realidade: a Carmem Miranda personificou os atributos, geralmente, associados ao Brasil.

 

Dona Ivone Lara
Yvonne Lara da Costa, é uma cantora e compositora brasileira que recebeu, com honra, o título de matriarca do samba. Ela é conceituada e adorada por muitos artistas renomados e começou sua carreira musical ainda pequena, sendo violonista em violão de sete cordas.

Cantava, com sua voz de  soprana, os ritmos carnavalescos no Bloco dos Africanos no Rio de Janeiro, já chamando atenção e elogios de Villa-Lobos. Ivone não estagnou sua carreira, compôs o sambas que se tornaram hinos de escolas de samba e se tornou a primeira mulher na ala dos compositores de samba.

E, mesmo aposentada, compôs músicas para Paulinho da Viola, Gilberto Gil, Maria Bethânia e Caetano Veloso.

 

Elis Regina
Elis Regina Carvalho Costa é considerada, por muitos críticos, a melhor cantora popular do Brasil. Elis Regina tinha um gênio forte e, por isso, recebeu o apelido de Pimentinha.

Era uma artista eclética, interpretava canções de vários estilos, como: MPB, jazz, rock, bossa nova e samba. Levou à fama, cantores importantes como Milton Nascimento, João Bosco e Ivan Lins. Fez dueto com Tom Jobim, Jair Rodrigues, entre outros.

Não tinha grande visibilidade, até que foi a maior revelação da TV Excelsior. Ela recebeu convites e, assim, se tornou conhecida não só no meio da música, como no televisivo. Ela participou do programa Fino da Bossa, ao lado de Jair Rodrigues.

Elis se tornou conhecida até no exterior. Ela faleceu, no auge de sua carreira, aos 36 anos de idade, em decorrência de uma overdose de cocaína.

Podemos, ainda, citar a magistral Chiquinha Gonzaga que, com seu entusiasmo, curiosidade e ousadia, inovou e transformou a música brasileira. Merece menção, também a inesquecível e intensa Maysa, que ousou colocar a música acima de todos os outros valores, geralmente cultuados pelas mulheres de seu tempo.

Podemos, também, citar duas musicistas do Gênero Rock and roll: Rita Lee e Cássia Eller. Ambas provam que a interpretação intensa, visceral e contundente não estão adstritas ao Gênero masculino.

 

Janis Jopplin
Saindo da linha brasileira, que esta homenagem segue, temos uma artista intensa e pulsante. Geralmente lembrada por suas interpretações viscerais e intensas. Também tem a sua imagem associada ao uso abusivo de drogas. Suas músicas estão sempre no topo da Billboard e ela é considerada a rainha do Rock and Roll.

Janis Lyn Joplin é um ícone do rock psicodélico e seguiu a carreira musical desde a época da universidade, cantando principalmente folk com amigos e se mudando para North Beach, porém se perdeu no mundo das drogas e para se recuperar voltou a San Francisco, onde seu gosto por blues a aproximou da banda Big Brother and the Holding, se tornando vocalista e alcançando um ápice da fama, onde sua canção Piece of my heart, atingiu o 1º lugar da Billboard por oito semanas.

Janis manteve sua vida carregando seu grande talento e mudando de bandas frequentemente e até cantando em Woodstock, quando então morreu aos seus 27 anos, vítima de overdose de heroína.

Podemos citar a espetacular e performática Madonna que, ao lado das suas músicas pop-dançantes, ousou representar a mulher que tem domínio do seu próprio corpo e faz valer seus desejos e ambições. Madonna sempre representou a mulher forte e contundente, muito antes de o termo “empoderamento feminino” ser cunhado.

No jazz, blues e soul music há quatro nomes que merecem o registro: Nina Simone, Aretha Franklin, Etta James e Amy Winehouse. Nina Simone não só encantou por sua voz magistral, como emprestou sua fama e sucesso para as críticas ao preconceito racial. Foi uma grande militante contra o preconceito e segregação racial. Aretha Franklin viveu e morreu fiel aos seus preceitos. Para ela, a voz é um dom divino e a música deve reverenciar a Deus. Sua intensidade, pureza e visceralidade evidenciam isto. Etta James foi considerada uma das maiores cantoras de todos os tempos. Por fim, fica o registro relativo à Amy Winehouse. Uma cantora magistral que teve sua vida abreviada, em razão do abuso de álcool e drogas. Mas antes de sucumbir, teve o seu talento reconhecido, inclusive por um grande nome da música mundial: Tonny Bennett.

Mulheres nos instrumentos

D’Arcy Wretzky (Smashing Pumpkins) – baixista;
Kim Deal (Pixies, The Breeders) – baixista;
Meg White (the White stripes) – baterista;
Sandy West (the runaways) – baterista;
Régine Chassagne  (arcade fire) – baterista;
Joan Jett (the runaways) – guitarrista e vocalista;
Nancy Wilson (Heart) – guitarrista;

A música é um reflexo da sociedade, e o feminismo tem aumentado a quantidade de mulheres que entram nesse meio, quebrando o estereótipo de sexo frágil ou sexualizado para dar ênfase em seus talentos.

Em entrevista à Noisey, Rita Oliva da banda de indie-psicodélico chamada PAPISA, definiu bem: “No Brasil, há muito ainda o estigma da ‘cantora’, em que as artistas mulheres são reduzidas apenas à voz no mundo da música.

Muita gente duvida que eu e outras mulheres somos capazes de fazer — no caso, compor, produzir e tocar — nossas músicas inteiras. A PAPISA vem exatamente como a minha tentativa de quebrar esse estigma”.

By | 2018-04-18T18:45:12-03:00 março 8th, 2017|Curiosidades|0 Comments

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